Polícia Comunitária: Inspetora do Japão compara experiências
A Fundação Tiradentes recebeu na manhã desta sexta-feira, 18, um evento para troca de experiências entre o policiamento comunitário do Japão e o aplicado em Goiás, ocorrido no auditório da instituição. As abordagens foram feitas pelo comandante-geral da Polícia Militar de Goiás, coronel Sílvio Benedito Alves, e pela inspetora japonesa Hisami Ohashi.
Antes do evento, a inspetora visitou os diretores executivos da Fundação, majores Marcos Luciano e Cláudia Lira, que também é a comandante do Policiamento Comunitário, tema do encontro. Ela recebeu uma publicação apresentando o trabalho social realizado pela instituição.
No evento, o comandante relembrou sua experiência pessoal na PMGO citando as ações implementadas para criar e fortalecer o policiamento comunitário. Disse ainda que enfrentou resistências no passado, mas que a visão de polícia mais próxima do cidadão foi se consolidando. Alves relatou à inspetora que o projeto de Polícia Comunitária da PMGO concorreu com outros 28 projetos e ganhou um concurso em primeiro lugar.
Uma polícia única, baseada no policiamento com equipes de um policial apenas é a base do trabalho desenvolvido no Japão, seja nos chamados Kobans, policiais urbanos, ou nos Chuzaishos, policiais de áreas não urbanas que moram com a família em anexo à sala de atendimento de ocorrências. Esta estrutura, diferente da brasileira e goiana, foi apresentada por Hisami Ohashi que, por outro lado, considerou que a visão do policiamento comunitário em Goiás “está muito próxima da japonesa”. Ela se referia ao interesse de manter próximos a polícia e os cidadãos.
Segundo a inspetora, no Japão, as 47 províncias têm o mesmo tipo de policiamento, com bases urbanas e rurais e uma visão comunitária de atendimento. Os policiais fazem o policiamento preventivo sozinhos, utilizando principalmente bicicletas, motos e pequenos veículos. Quando ocorrem prisões, eles acionam viaturas. No caso dos Chuzaishos, os policiais da zona rural, eles dividem a tarefa com as esposas, que assumem o atendimento quando os maridos saem para ocorrências e também contribuem em reuniões e eventos comunitários. Segundo explicou, o fato da casa do policial se tornar uma referência, aproxima a comunidade dele, encoraja e facilita o registro das ocorrências.
As missões da polícia japonesa, observou ela, são traçadas com uma meta específica: “Segurança e paz no dia-a-dia do cidadão”. Para isto, as metas envolvem o mapeamento da realidade da região; a manutenção da prontidão permanente; ações em atendimento às opiniões e demandas da população; e por fim, uma pronta resposta às ocorrências.
Hisami Ohashi encerrou com este evento na Fundação Tiradentes a estadia de dez dias em Goiás. Neste período, o Comando da PMGO apresentou várias experiências à inspetora em cidades como Goiânia, Aparecida, Morrinhos e em Cavalcante, onde ela conheceu uma base comunitária da corporação na Comunidade Calunga que reside entre serras, no Vão do Moleque.