Fardamento: Fundação Tiradentes deslancha inovações tecnológicas

Ao mesmo tempo em que finaliza estudos que pretendem mudar a forma de distribuição do Fardamento entregue aos policiais militares goianos, a Fundação Tiradentes aprofunda na escolha de fornecedores que contam com métodos e técnicas de excelência para a fabricação de calças e gandolas, itens fundamentais desse fardamento. Gerentes e coordenadores da Fundação Tiradentes conheceram na prática os sistemas produtivos de um dos principais fornecedores de fardas para a instituição, instalado no município de Jaraguá.

A Fundação conta com diversas empresas parceiras para o fornecimento de fardamento. As maiores delas desenvolvem os itens de farda dentro de um rígido processo de confecção e de controle, para que nenhum detalhe escape.

Só esta fábrica de Jaraguá mobiliza 21 facções entre próprias e de terceiros, gerando empregos diretos e indiretos na cidade. De 140 máquinas de facção operadas pela empresa no município, 30 delas, entre caseadeiras, pregadeiras de botões, traveti (para reforços), prensas elétricas ou alternadas (com duas agulhas) trabalham para a Fundação,  fazendo exclusivamente o fardamento da PM-GO.

Na visita,  o controle desenvolvido pela empresa chamou a atenção dos gestores da Fundação. O sistema, baseado em código de barras, visa desde identificar cada rolo de tecido comprado pela Fundação, até impedir que calças e gandolas tenham nuances (tons de cor) diferentes, e ainda estabelece o controle de cada peça a partir dos lotes de tecido, sua metragem, o dia do corte, quem foi o funcionário que cortou e o outro que costurou, os que fizeram o acabamento (botões e casas, coberturas de bolsos), até as cortadeiras de pontas de linha, que são dez para as fardas fornecidas para os PMs de Goiás. Ou seja, tudo é anotado e monitorado por meio de uma ficha técnica.

Todo esse trabalho é acompanhado de perto pela Gerência do Programa Fardamento, da Fundação Tiradentes e pela Diretoria Executiva. Os dados das fichas, que incluem até o lote do tecido que já chega na fábrica com a identificação Fundação Tiradentes impressa do lado externo dos cortes, são armazenados e podem ser consultados pelo código de barras da etiqueta de cada farda fornecida à Fundação. Além de assegurar a combinação dos conjuntos pela cor, esse controle impede também que haja troca de numeração.

A empresa ainda utiliza o Audaces, um programa que facilita a automação do corte com o máximo aproveitamento do tecido, mesmo quando o volume de peças a ser cortado é diferente e grande. Pequenas sobras são meticulosamente identificadas no programa e destinadas, por exemplo, para tampos de bolso e outros recortes necessários. O programa é ativado para moldes que foram montados com a ajuda do PM Barbosa, alfaiate que colabora há anos com a corporação.

Do ponto de vista histórico, em julho de 2008 a Fundação Tiradentes, em apoio à Polícia Militar de Goiás, assumiu a tarefa de adquirir, armazenar e distribuir todo o fardamento do PM goiano. Sete anos depois, aprendendo cotidianamente com essa experiência que fugia da sua vocação inicial, a instituição comemora ter conseguido contratar materiais, empresas e tecnologias de ponta para fardar toda a tropa. Esta experiência permite agora à Fundação iniciar estudos para mudar a forma de entrega das fardas aos policiais.

 Entenda

A aquisição do fardamento funciona assim: o Estado repassa nos contracheques dos policiais o Abono de Fardamento que é retido pela Polícia Militar e repassado à Fundação para que esta faça a gestão dos recursos com o objetivo específico de obter os itens necessários ao fardamento da tropa.

A especificação e a aprovação das peças é feita pela Comissão de Aprovação de Amostras do Comando de Apoio Logístico da Polícia Militar. Só depois dessa especificação e da aprovação é que a Fundação Tiradentes adquire as peças, seguindo sempre as regras do seu Regulamento de Compras, sempre fiscalizado de perto pelo Ministério Público. Já os cronogramas de entrega seguem a definição das prioridades feita pelo Comando da Polícia Militar.

Em 2014 foram entregues 155 mil itens em cerca de 28 mil atendimentos. Em 2013, tinham sido entregues 91 mil itens em 17 mil atendimentos.